terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Vazio folião

  Nesse momento eu queria está apenas nas suas redondezas, Capibaribe. Analisando seu perímetro, ou talvez nem fazendo isso. Não sei onde estaria nesse momento se eu estivesse aí, onde meu coração palpita tranquilo e a vida é mais sorridente. Eu só queria estar vivendo pelo teu movimento, ou talvez nem percebendo essa complexidade de direção e sentido a qual percebemos quando estamos longe.
  Sinto saudade do cheiro do teu lugar. Sinto saudade da cultura do teu lar. Sinto saudade de respirar as manifestações e prazeres de quem me conforta e me faz tranquila. Sinto saudade do movimento da dança, da trança dos meus cabelos.
  Estou muito longe da zona de conforto. Por mais que a intensidade não seja tal ainda, sofro com um monstro de abraços abertos que berra em meus ouvidos obrigações e suplica por respostas que não cabe minha púbere inteligência para respondê-las. Talvez se estivesse perto de você, Capibaribe, não possuiria tais respostas, mas meu coração estivesse pronto para ir em busca de soluções.
 Ainda falta. Falta um sorriso mais feliz, o sentimento de amor verdadeiro, um coração apaixonado, uma mente precisa. Ainda falta demais. Falta o ritmo da tua dança, a emoção do cancioneiro, as cores do teu traje, as linhas da tua literatura. Faltam respostas para um coração que quer se encontrar e que para isso, deve estar mais próximo do seu habitat ainda que queiram me levar para a Costa de baixo, ou aquela bem mais a cima em que o vento é mais frio.
  Acima de tudo, falta descobrir se a minha diferença e essas percepções tão íntimas, particulares, discretas faz parte de um conjunto ou é mesmo, tão íntima e particular para um indivíduo só. Preciso de você, Capibaribe, para me mostrar que a vida é bem maior e não gira em torno desse vazio de folia, de paixão, de vontade, de liberdade.

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