domingo, 29 de agosto de 2010

Frequentemente abaixo

A lágrima tem estado com maior freqüência do que qualquer outro momento na minha vida. Isso não sugere que esteja passando  por nenhum momento inesperado sequer decepção. Decepção ainda posso pensar.  Esqueci o que é viver com alegria, aproveitar o tão sonhado dia de descanso que clamo quando a rotina aperta e me sinto exausta e isso é decepcionante.
Ultimamente tenho preferido o grito do que a euforia, a lágrima pelo abraço, o escuro pelo claro. Acabei de ver o relógio eram 16:16. E agora? 16:26. Já se passaram dez minutos e eu não o aproveitei. Não consigo alcançar meus objetivos, conseguir com êxito cumprir metade das promessas que desejei para o dia, para o mês, para o pensamento. Como não consigo  traçar uma reta, me vestir de vetor e cumprir esse trajeto ? Minha literatura está ficando exausta, minha mente ainda mais. E o pior, é pensar como resolver essa situação, não há resposta porque a pergunta ainda não foi feita.
Abro janela e o simples fato de abrir a janela, ver o sol raiar, olhar para o lado e ver a paisagem, a lágrima cai. O que falta para me completar ? O que o futuro reserva pra mim ?
Eu só desejo não deixar de ser quem sou, era feliz por ser quem era, sou feliz por tentar ser alguém. Estou vivendo de músicas de amor que não marcam minha vida mais, não sei mais qual é o meu talento nem o que quero ser daqui por diante. Preciso devorar livros, combinar as palavras num sentido melhor, agradecer por estar viva, entender o que passa na minha mente. A minha vontade é ver o mundo lá fora. Mas, infelizmente, o mundo não quer que eu participe dessa sua rota iluminado pelo sol. Por isso, não vivo anos, vivo noites, vivo escuros, vivo o que tenho que viver e não o que escolhi.
É necessário mesmo passar por essas revisões de vida ? Se eu não me entendo... Quem será o indivíduo que poderá entender ? Quem será que viverá os dias entediados comigo ? Continuo a dizer que está um sol lindo lá fora...
Sinto muito em escrever palavras depressivas durante esses minutos, sinto que precisem ler o que meus olhos temem em falar, sinto em dizer que não sou mais eu. Desejo coisas tão fúteis hoje que me envergonho. Nem os mais próximos me entendem porque não consigo decifrar esse enigma dificultoso que me assombra há tempos, que embala o sábado à noite. Por que tudo acontece de uma vez ?
Os poucos que ainda me agüentam, já não entendem e sugere que me mova. Não há mais forças. Já disse. Há um dia lindo lá fora e não sei como aproveitá-lo.
São 16:38, saber que o tempo está passando e que não há boas lembranças para os últimos 20 minutos e o resto dos dias antecedentes é assustador demais para uma alma pesada que auréola está aqui, bem aqui em cima, sonhando em ter segundos de fantasia e fuga...

Nada a temer
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura ( Milton Nascimento) "

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